Mulheres do Cerrado Mineiro: rede potencializa força coletiva para cultivar paisagens regenerativas
- Consorcio Cerrado das Águas
- há 5 dias
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3º Encontro da Rede de Mulheres Construtoras de Paisagem Regenerativa do Cerrado Mineiro abordou a água como um elo entre as histórias.

O protagonismo feminino segue ganhando força no Cerrado Mineiro. O Consórcio Cerrado das Águas realizou no dia 01 de novembro, no Assentamento Quebranzol, em Serra do Salitre, o 3º Encontro da Rede de Mulheres Construtoras de Paisagem Regenerativa do Cerrado Mineiro: Mulheres que cuidam e agem juntas pela água, reunindo agricultoras, pesquisadoras, técnicas e lideranças em um momento marcado por trocas genuínas, sensibilidade e propósito.
A iniciativa foi promovida pelo Consórcio Cerrado das Águas (CCA) com apoio do CEPF e IEB. O CEPF – Fundo de Parceria para Ecossistemas Críticos e do IEB – Instituto Internacional de Educação do Brasil. O CEPF é uma iniciativa internacional que reúne a Agência Francesa de Desenvolvimento, Conservação Internacional, União Europeia, Fundação Hans Wilsdorf, Fundo Global para o Meio Ambiente, Governo do Canadá, Governo do Japão e Banco Mundial, com o objetivo de fortalecer a participação da sociedade civil na conservação da biodiversidade. Já o IEB atua como equipe de implementação regional do CEPF, promovendo formação, fortalecimento institucional e disseminação de conhecimento em prol de uma sociedade mais justa e sustentável.
“É um momento muito especial, onde mulheres estão reunidas para discutir, escutar as produtoras da região sobre a questão hidrográfica e compartilhar ideias para promover uma ação sustentável, cuidar da nossa bacia, cuidar da nossa sobrevivência, que é a água, aprendendo, contribuindo com as informações e também sendo multiplicadoras por meio do Consórcio Cerrado das Águas, por meio de todas as mulheres produtoras que estão aqui, a gente poder somar junto nas ações ambientais do nosso município, isso para mim é muito gratificante”
Avalia Flávia Araújo, vereadora de Serra do Salitre.
A iniciativa, que além desses encontros também promoveu um Dia de Campo e projeta um evento sobre empreendedorismo feminino em dezembro, vem consolidando um movimento transformador que une conhecimento, empatia e ação em prol da regeneração das paisagens e do fortalecimento da agricultura sustentável, conectando cada vez mais mulheres no movimento proposto.
“A Cooxupé é uma das parceiras do Consórcio Cerrado das Águas, há alguns anos, e a importância de um encontro como esse é de nos estar munindo-se de informações para estarmos passando para os nossos cooperados, nossos produtores, a importância da resiliência hídrica em território produtivo, para a viabilidade econômica, buscando mitigar as dificuldades que a gente vem enfrentando”
Considera Naihara Uniai, analista de produção sustentável da Cooxupé, membro associada do CCA.
Durante o encontro, as participantes compartilharam vivências e estratégias para ampliar o protagonismo das mulheres nas práticas de conservação da água, manejo do solo e na construção de sistemas produtivos mais equilibrados reafirmando que o cuidado com o território começa com o cuidado com as pessoas e todos os elementos envolvidos na produção.
“A gente viu a quantidade de recursos que nós temos na fazenda e que também a gente não acompanhava, principalmente recursos hídricos, porque a bacia é muito extensa e pega uma grande extensão da fazenda. Então, para nós, durante esse projeto, vai ser incrível participar e acompanhar também a nossa evolução, tanto como produtores rurais, bem como a nossa evolução dentro do projeto também.”
Comenta a produtora rural, Lilian Araújo.
Mais do que um espaço de diálogo, a Rede tem se tornado um campo fértil para novas lideranças, fortalecendo a atuação feminina em diferentes elos da cadeia do café e na gestão das propriedades rurais. A cada edição, cresce o número de mulheres envolvidas e o alcance das ações, refletindo o compromisso coletivo de construir um Cerrado Mineiro mais regenerativo, diverso e resiliente.
“Pensar no campo e na água, que é o assunto que a gente está tratando hoje, eu acredito que só teremos avanços se for de forma coletiva e compartilhada, porque isolado a gente não consegue ter ações e o Cerrado das Águas ajuda os produtores. Então, é um convite, um apelo, para que os nossos vizinhos, por exemplo, que não participam, para que eles entrem também no CCA, e outras mulheres também façam parte dessa rede”
Enfatiza a produtora rural, Natália Pelegrini.
Ao somar histórias, saberes e experiências, a Rede segue mostrando que o futuro do Cerrado Mineiro é cultivado em rede e que as mulheres são grandes agentes da transformação e cuidado com o bioma.



















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