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C6 - DIVERSIDADE NO SISTEMA - INSERIR DIVERSIDADE NA ENTRELINHA

Diversidade na entrelinha como estratégia para solo e café mais saudáveis


Diversidade na entrelinha do café com plantas espontâneas e presença de polinizadores no Cerrado das Águas

Descrição: Uma das formas mais práticas de inserir diversidade no sistema produtivo é através do manejo da entrelinha. O famoso "manejo do mato" é um bom exemplo. Sem a necessidade de cultivar a entrelinha, tal método exige que o produtor apenas permita que as plantas espontâneas se desenvolvam no espaço existente entre as linhas de café, para depois roçá-las.

A técnica do manejo do mato permite que as plantas espontâneas se desenvolvam a fim de protegerem o solo, atraírem insetos benéficos (polinizadores ou predadores de outros insetos e pragas) e, principalmente, produzirem cobertura para a entrelinha de café.


Assim, fora os benefícios ambientais associados, a própria cultura é beneficiada, uma vez que o mato da entrelinha é roçado e disposto sobre a linha de café, contribuindo para o controle do desenvolvimento de plantas espontâneas na linha do café, bem como para a ciclagem de nutrientes da cultura através da decomposição do material orgânico na entrelinha.


Há ainda a prática do manejo alternado das entrelinhas, no qual se roçam as linhas do café alternadamente (uma sim, outra não). Este procedimento diminui o tempo gasto na atividade e promove a movimentação dos inimigos naturais das entrelinhas roçadas para as entrelinhas que são mantidas com mato.


Existe ainda quem opte pelo cultivo de gramíneas ou leguminosas com o mesmo objetivo da prática de manejo do mato. A diferença reside no fato de que o cultivo de gramíneas se foca na produção de biomassa e o cultivo de leguminosas adiciona nitrogênio ao solo através da associação com bactérias fixadoras do nutriente.


Tal técnica ainda favorece a infiltração da água, minimizando os processos erosivos.

Esta técnica apresenta baixa nível de complexidade para que o produtor rural a adote, já que não exige grandes mudanças nas operações agrícolas e nem implica em perda de área.


Como Fazer:

  • Permitir o desenvolvimento de plantas espontâneas ou cultivar espécies específicas na entrelinha do café;

  • Roçar mecanicamente a entrelinha e acumular a palhada na saia do café;

  • Na linha do café, a roçada pode ser mecânica ou química dando preferência para as operações mecânicas em relação as operações químicas, em função do menor impacto ambiental;

  • Quando a opção for pelo cultivo da entrelinha, escolher espécies que promovam a ciclagem de nutrientes, promovendo a nutrição do café e que sejam atrativas da fauna, favorecendo os processos de controle biológico;

  • Outro aspecto que contribui para a ciclagem de nutrientes e estruturação do solo é o uso de espécies de diferentes extratos e níveis sucessionais, no entanto, a entrelinha, em grande parte das vezes, é utilizada para o trânsito de máquinas, de modo que se torna mais desafiadora a diversificação de extratos e níveis sucessionais.


Assim, nesta técnica normalmente são utilizadas apenas plantas de extrato baixo e nível sucessional inicial. Quando o sistema não necessita do uso de máquinas na entrelinha, é recomendável que se explore a diversificação considerando diferentes extratos e níveis sucessionais.


Equipamentos Necessários:

  • Foice ou enxada;

  • Rastelo;

  • Roçadeira costal;

  • Roçadeiras tratorizadas laterais.


Obs.: não é necessário que o produtor tenha todos estes equipamentos. É necessário que tenha um equipamento para a capina, que pode ser foice ou enxada ou roçadeira costal e um rastelo, para acumular a palhada na linha do café. Ou a roçadeira tratorizada lateral, que roça e acumula a palhada na linha do café ao mesmo tempo.


Época de Realização:

  • Outubro e março;

  • No período seco, se necessário, pode-se manter a entrelinha roçada para evitar perda de umidade por evapotranspiração.


Monitoramento de Estratégia:

  • Analisar quantidade de matéria orgânica através da análise química de solo;

  • Realizar bioanálise para verificar a saúde do solo.


Indicadores:

  • Aumento de inimigos naturais na lavoura;

  • redução da temperatura do solo;

  • aumento da biomassa após dessecação ou roçagem;

  • aumento da cobertura do solo.


Serviços Ecossistêmicos Conservados:

  • Infiltração de água no solo;

  • Preservação da estrutura do solo;

  • Matéria orgânica;

  • Preservação de inimigos naturais;

  • Ciclagem de nutrientes.

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